Operação Profeta: PF no Ceará Investiga Suspeita de Fraude no ENEM 2025

A integridade do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) é novamente posta em xeque, com a Polícia Federal desencadeando a "Operação Profeta" neste domingo, 23 de junho. A ação, que inclui o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em território cearense, visa aprofundar a investigação sobre uma suposta fraude na edição de 2025 da prova, gerando preocupação entre estudantes e educadores por todo o país.

A iniciativa da PF surge como resposta direta às controvérsias que cercaram o exame na semana anterior. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), autarquia do Ministério da Educação responsável pela elaboração e aplicação do ENEM, tomou a drástica medida de anular três questões. Essa decisão foi motivada por denúncias que apontavam para a existência de um vídeo, veiculado em plataformas digitais dias antes da aplicação do exame, que apresentava itens notavelmente similares aos que foram efetivamente cobrados na prova.

Integridade do ENEM Sob Ataque: Ação da PF no Ceará

Embora a Justiça Federal tenha autorizado a operação, a identidade do indivíduo alvo da diligência policial não foi revelada pela Polícia Federal. Contudo, o foco das suspeitas recai sobre Edcley Teixeira, um estudante de Medicina que é conhecido por oferecer monitorias preparatórias para o ENEM através de suas redes sociais. Foi ele quem transmitiu o vídeo que deu origem às acusações. A reportagem do Estadão, até o momento, não conseguiu estabelecer contato com a defesa de Teixeira para obter um posicionamento.

Em suas manifestações nas redes sociais, Edcley Teixeira refuta veementemente a acusação de vazamento de informações. Ele alega que sua capacidade de "antecipar" segmentos da prova decorre de uma análise minuciosa de edições passadas do exame e de pré-testes, que são aplicados pelo Inep para selecionar questões que comporão a versão final da prova. Sua defesa, portanto, baseia-se em uma suposta expertise analítica, e não em acesso indevido a dados sigilosos.

Desvendando a Suspeita: O Estudante e as Questões Anuladas

A Polícia Federal, por sua vez, emitiu uma nota oficial esclarecendo os objetivos da "Operação Profeta". A corporação enfatiza que sua atuação tem como propósito "apurar possíveis ilícitos, identificar os responsáveis pela obtenção dos dados e divulgação indevida, bem como possíveis conexões com outros delitos". A abrangência da investigação sugere que a PF busca desvendar não apenas a origem da suposta fraude, mas também eventuais ramificações e a participação de outros envolvidos.

Em meio à turbulência gerada pelas denúncias e pela ação policial, o Ministério da Educação (MEC) se pronunciou para tranquilizar os milhões de candidatos. Na sexta-feira, 21 de junho, o Ministro Camilo Santana garantiu que a edição do ENEM 2025 não será cancelada, apesar da controvérsia em torno da potencial divulgação antecipada de questões da prova aplicada no domingo anterior, dia 16.

Futuro do Exame Nacional: MEC Garante Manutenção e Isonomia

"Eu queria aqui tranquilizar cada um de vocês que fizeram a prova, cada um dos seus familiares, que o Enem não será cancelado", afirmou o ministro em um vídeo divulgado em sua conta no Instagram. Santana explicou que a decisão de anular os três itens foi uma medida preventiva, visando primordialmente preservar a isonomia do processo seletivo.

O ministro ainda complementou, destacando que a "comissão do Inep que é responsável pelo Enem, tomou uma decisão técnica de anular três itens por um único objetivo: prevenção e isonomia". Tal posicionamento do MEC busca reforçar a credibilidade do exame, assegurando aos participantes que as medidas cabíveis estão sendo tomadas para garantir a justiça e a equidade do processo avaliativo, mesmo diante de sérias suspeitas de irregularidades.