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Previsão Ceará 2026: Chuvas e Seca – Análise Climática Detalhada do Inmet

Por Redação FutCeará em 22/11/2025 07:15

O estado do Ceará, em um cenário que exige atenção contínua, registrou novamente a totalidade de seu território sob condições de seca relativa em novembro, conforme a recente atualização do Monitor de Secas. Este marco reverte a situação para um patamar não observado desde janeiro de 2024, evidenciando uma preocupante regressão nas condições hídricas do estado.

A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) aponta a escassa pluviometria acumulada ao longo do segundo semestre como o fator preponderante para a intensificação deste quadro. A instituição classifica o período atual como "crítico do ponto de vista hídrico e ambiental", sublinhando a urgência de uma avaliação criteriosa sobre o manejo dos recursos naturais.

Detalhamentos do Monitor indicam que 63,34% do Ceará se encontra em Seca Moderada, um nível que pode acarretar prejuízos à produção agrícola e diminuição dos volumes em reservatórios, poços e cursos d'água. Os 36,65% restantes do território estão sob Seca Fraca, predominantemente na porção norte do estado, incluindo a capital, Fortaleza, e sua Região Metropolitana.

Previsão Climática: Chuvas Chegam, Mas o Alerta Permanece

Apesar do panorama de escassez, o último boletim agroclimatológico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), divulgado neste mês, projeta volumes de precipitação próximos ou superiores à média histórica em diversas áreas do Ceará nos próximos meses. A análise, que se estende de novembro de 2025 a janeiro de 2026, abrange o centro-norte do Nordeste e o centro-leste cearense, regiões com tendência de chuvas dentro ou acima da normalidade.

Entretanto, o mesmo documento do Inmet adverte para a persistência de temperaturas elevadas. No período em questão, todo o Nordeste, incluindo o Ceará, deve experimentar anomalias térmicas positivas, variando entre 0,5°C e 1°C acima da média. A exceção, com elevação menos acentuada, concentra-se na faixa leste da região.

As condições do solo também são motivo de preocupação. O órgão meteorológico prevê um déficit hídrico persistente em grande parte do Nordeste, com destaque para as áreas norte e leste da região, onde o Ceará está inserido. Isso indica que, mesmo com a chegada de chuvas, a capacidade de retenção de água no solo pode permanecer comprometida.

A Pré-Estação Chuvosa: Um Respiro Temporário para o Estado

Os meses de dezembro e janeiro marcam o início da pré-estação chuvosa no Ceará, um período caracterizado pelo surgimento de precipitações mais frequentes. Contudo, a natureza dessas chuvas é frequentemente irregular e de baixa abrangência, o que limita seu impacto efetivo na recuperação hídrica do estado.

Embora a pré-estação possa oferecer um alívio momentâneo ao calor e iniciar um processo gradual de recuperação da umidade do solo, ela não se traduz em uma recarga substancial para os reservatórios. A Funceme historicamente classifica as chuvas deste período como passageiras e de baixa previsibilidade, sujeitas a variações consideráveis de um ano para outro, o que exige cautela nas expectativas.

Mês Média Histórica (mm)
Novembro 10 a 20
Dezembro 20 a 40
Janeiro 40 a 60
Médias Históricas de Chuva para o Ceará (Funceme)

Os Fenômenos Oceânicos que Moldam o Clima Cearense

A complexidade do cenário climático previsto até janeiro de 2026 é fundamentada na análise de informações oceânicas. A ocorrência do Dipolo Negativo, caracterizado pelo aquecimento do Atlântico Sul e resfriamento do Atlântico Norte, geralmente amplifica a probabilidade de chuvas na porção norte do Brasil. O cenário inverso, o Dipolo Positivo, tende a reduzir as precipitações.

Atualmente, o Atlântico apresenta uma condição de neutralidade, mas com anomalias positivas na região Norte. Esse fator provoca um deslocamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), principal sistema indutor de chuvas no norte do Nordeste, para posições mais elevadas ao norte, o que, consequentemente, desfavorece a ocorrência de chuvas ao longo da costa cearense.

No Pacífico, o resfriamento das águas na região Niño 3.4 (-0,5°C) sinaliza uma condição inicial para a formação do fenômeno La Niña. O Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI) estima uma probabilidade de 62% para a La Niña no trimestre novembro-dezembro-janeiro. Embora a La Niña tradicionalmente favoreça as chuvas no Nordeste brasileiro, seus efeitos concretos são condicionados pela sua intensidade, duração e pela forma como interage com as dinâmicas do Atlântico.

Impactos na Agricultura: Desafios Hídricos para o Plantio

Os dados fornecidos pelo Inmet revelam uma realidade desafiadora para o setor agrícola. Apesar da expectativa de chuvas próximas ou acima da média em algumas regiões do Ceará nos próximos meses, o armazenamento hídrico do solo deverá permanecer em patamares baixos, frequentemente abaixo de 40% em muitos pontos do Nordeste.

Nesse contexto, o avanço da semeadura de cultivos de primeira safra que dependem exclusivamente da chuva (sequeiro) torna-se significativamente prejudicado. O Instituto reforça o alerta de que a combinação de temperaturas elevadas, o déficit hídrico persistente e a natureza ainda irregular das chuvas pode severamente limitar o desenvolvimento das culturas, "tornando essencial a adoção de estratégias adequadas de manejo hídrico" para mitigar os riscos e garantir a produção.

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Comentado em 22/11/2025 11:32 Confiança total no planejamento vamos ver o verde voltar brabo
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Comentado em 22/11/2025 09:21 Vai Ceará vamos com tudo a chuva chega rs
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