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Rogério Ceni e a Estratégia do Bahia Contra o Ceará: Descanso e Desafios Físicos
Por Redação FutCeará em 16/09/2025 11:32
O próximo adversário do Ceará na Série A, o Bahia, vivencia um momento peculiar em sua temporada. Após um desempenho notável, mas uma derrota por 2 a 1 para o Cruzeiro na Arena Fonte Nova, a equipe de Salvador agora usufrui de um período de preparação incomum para o confronto contra o Vovô. Esta é a primeira vez que o clube dispõe de dois intervalos consecutivos de quatro dias para recuperação e treinamento: um antes do embate com a equipe mineira e outro, agora, visando o desafio contra o Ceará.
A raridade de tal pausa é notável. Nos primeiros nove meses da atual temporada, o Esquadrão havia desfrutado de folgas semelhantes em apenas duas ocasiões anteriores: de 2 a 5 de março e de 23 a 26 de julho. De forma ainda mais impactante, uma semana inteira livre para treinos foi um luxo concedido apenas uma vez, entre 9 e 16 de agosto, evidenciando a intensidade do calendário vivido pelo clube.
A Análise de Rogério Ceni Sobre o Repouso
O técnico Rogério Ceni, em sua coletiva pós-jogo, fez questão de ressaltar a relevância desses períodos de descanso prolongado para o desempenho físico e tático de seus comandados.
?Quando você tem um intervalo de cinco dias para se preparar, como foi nesse último jogo, como você tem um intervalo contra o Ceará de mais cinco dias, normalmente com o time mais descansado você tende a ter mais velocidade, mais transição, mais entrega física?,
afirmou Ceni, delineando a expectativa de uma equipe mais vigorosa.
Ceni também aproveitou para contextualizar a performance recente do time, diferenciando o resultado da atuação em campo.
?Por exemplo, contra o Fluminense foi decepcionante não somente o resultado, mas foi decepcionante a nossa atuação. Hoje foi uma boa atuação, mas o resultado não condiz com aquilo que produzimos no jogo?,
completou, indicando que a qualidade do futebol apresentado é um foco primordial, independentemente do placar final.
O Calendário Exaustivo do Esquadrão de Aço
A partida contra o Cruzeiro, que culminou na derrota do Bahia, representou o 63º jogo do tricolor baiano em 2025, um número que o consolida como a equipe com o maior volume de partidas no futebol brasileiro nesta temporada. Para ilustrar a dimensão dessa marca, nenhum outro clube nacional ultrapassou a barreira dos 60 jogos no mesmo período. Os mais próximos dessa marca são os participantes do Mundial de Clubes: o Fluminense, com 58 confrontos; Flamengo e Palmeiras, ambos com 54; e o Botafogo, que registrou 53 atuações.
Enquanto muitos clubes utilizaram as Datas Fifa para proporcionar um respiro aos seus elencos, o Bahia manteve uma agenda ininterrupta. A única exceção a essa regra foi a pausa para o Mundial de Clubes, período em que, ao lado do Fortaleza, realizou o primeiro jogo após o torneio. Nas demais três Datas Fifa (março, junho e setembro), o Tricolor disputou dois jogos em cada uma.
Com 21 partidas já realizadas no Campeonato Brasileiro e mais 17 rodadas a serem disputadas, projeta-se que o Esquadrão encerrará a temporada com um total de 80 jogos em 2025. Esse montante é o segundo maior na história do clube, superado apenas pelos 84 jogos de 2021. Contudo, é importante ressaltar que, naquele ano, 11 desses confrontos eram remanescentes do Campeonato Brasileiro de 2020, afetado pela pandemia.
Comparativo de Jogos em 2025 (Clubes de Elite)
Clube | Número de Jogos |
---|---|
Bahia | 63 |
Fluminense | 58 |
Flamengo | 54 |
Palmeiras | 54 |
Botafogo | 53 |
O Preço da Intensidade: Desafios no Departamento Médico
A incessante sequência de jogos tem um impacto direto e preocupante sobre o elenco, manifestado em um departamento médico constantemente sobrecarregado. Antes do confronto contra o Cruzeiro, o Bahia já lidava com uma extensa lista de desfalques. João Paulo (lesão no joelho), Caio Alexandre, Erick, Kanu e Ruan Pablo (em processo de transição) estavam fora, somando-se a Tiago (entorse no joelho), Erick Pulga e Ademir (lesão muscular).
A situação se agravou ainda mais durante o aquecimento da última segunda-feira, quando o zagueiro David Duarte sentiu a coxa, aumentando a incerteza sobre a disponibilidade de atletas para as próximas rodadas. Rogério Ceni expressou sua preocupação com a situação do jogador.
?Infelizmente aqui no aquecimento ele (David Duarte) sentiu a coxa e não pôde começar a partida. Então vamos ter que dar uma olhada nele amanhã para ver o que foi. E aí após exames, posso dar um posicionamento melhor para vocês. Acho que amanhã a gente tem uma posição melhor, mas eu não consigo prever para você. Mesmo assim, em condições físicas ideais, mesmo que já esteja recuperado, dificilmente (o Bahia terá algum retorno contra o Vovô)?,
revelou Ceni, indicando que, mesmo com a recuperação de outros atletas, a perspectiva de retornos para o jogo contra o Ceará é remota. Este cenário de desgaste físico e baixas médicas adiciona uma camada de complexidade à preparação do Bahia, apesar do raro período de descanso, e certamente será um fator a ser considerado pelo Ceará.
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