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Ceará: Novembro Registra Maior Número de Focos de Calor em 20 Anos – Entenda o Impacto

Por Redação FutCeará em 18/12/2025 11:22

Os meses finais do ano no Ceará são tradicionalmente marcados por uma intensificação das temperaturas, e as estatísticas mais recentes confirmam um cenário preocupante: o estado registrou neste ano o maior volume de focos de calor para um mês de novembro em duas décadas. Trata-se do índice mais elevado observado em 20 anos, sinalizando uma situação de alerta.

Conforme os dados do satélite Aqua, uma ferramenta crucial para o monitoramento ambiental, o território cearense detectou 2.902 focos de calor em novembro de 2025. Este número representa o pico para o mês desde 2005, com as informações sendo compiladas a partir das detecções diárias do equipamento, que serve como referência internacional para esses eventos.

A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) analisou e divulgou esses dados, que revelam um incremento de quase 56% em comparação com a média histórica para o mês, que era de 1.858 focos. A disparidade evidencia a gravidade do quadro atual.

Cenário Climático e Distribuição Geográfica dos Focos

Ao confrontar os números com o mesmo período do ano anterior, constata-se um acréscimo de aproximadamente 17% nas detecções. Em novembro de 2024, foram registradas 2.475 ocorrências, indicando uma progressão contínua e preocupante.

A distribuição dos focos de calor pelo estado demonstra a vulnerabilidade de diferentes regiões. Embora a lista detalhada de cidades com mais registros não tenha sido apresentada, o levantamento apontou as regiões de planejamento mais afetadas. É imperativo compreender essa segmentação para direcionar ações eficazes.

As regiões com maior incidência de focos de calor no Ceará são:

Posição Região de Planejamento
Sertão dos Crateús
Sertão de Sobral, Serra da Ibiapaba e parte do Litoral Norte
Cariri

Em contraste, a capital Fortaleza registrou apenas uma ocorrência no mês. O estudo também aponta que 23 municípios cearenses não apresentaram nenhum foco de calor, o que sublinha a heterogeneidade da ocorrência desses eventos.

O recrudescimento dos focos de calor neste período está intrinsecamente ligado às condições meteorológicas típicas do término da estação seca: altas temperaturas, baixa umidade relativa do ar, ventos intensos e a ausência de chuvas. Essa combinação de fatores resseca o solo e a vegetação, criando um ambiente propício para a rápida propagação de incêndios.

A Definição e o Monitoramento dos Focos de Calor

Para entender a dimensão do problema, é fundamental esclarecer o que são os focos de calor. Eles representam dados captados por satélites de monitoramento, que identificam áreas na superfície terrestre com temperaturas acima de 47°C, sugerindo a presença de fogo na vegetação.

A detecção desses focos ocorre quando há frentes de fogo com dimensões mínimas de 30 metros de comprimento por 1 metro de largura. Essa especificidade técnica impõe uma limitação na captação de queimadas urbanas de menor porte e duração, que podem passar despercebidas pelo sistema de monitoramento via satélite.

O mapeamento sistemático dessas ocorrências é uma ferramenta essencial para o planejamento de estratégias de prevenção e resposta. Ele serve de base para as ações da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, das Coordenadorias Municipais de Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros, sendo crucial no combate a queimadas ilegais e incêndios florestais.

Perspectiva de Longo Prazo e Alertas da Funceme

Uma análise de longo prazo, abrangendo o período de 1º de janeiro de 2020 a 30 de novembro de 2025, revela um crescimento notável nos focos de calor no Ceará, com uma intensificação particular nos últimos meses de cada ano. Esse padrão indica uma tendência preocupante que exige atenção contínua.

A Funceme reitera a gravidade da situação, considerando que "Os dados indicam um cenário atípico e preocupante, com intensificação das condições favoráveis à ocorrência de queimadas e incêndios". Essa avaliação da fundação sublinha a necessidade de medidas preventivas e de combate mais robustas.

Até o dia 16 de dezembro, o Ceará já acumulava 7.075 focos de calor na plataforma do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Com apenas cerca de quinze dias para o encerramento do ano, esse total já se aproxima significativamente do registro de todo o ano de 2024, quando o satélite Aqua detectou um total de 7.166 focos de calor, indicando que 2025 pode superar o ano anterior em incidência.

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