Ceará Perde para Atlético-MG: O Alerta da Série A e a Batalha Contínua

O Ceará, em um revés que ecoa preocupações, foi superado pelo Atlético-MG na tarde deste sábado, 25, na Arena MRV, em Belo Horizonte (MG). O confronto, válido pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A, culminou em uma derrota por 1 a 0, resultando na ultrapassagem do Vovô pelo Galo na tabela de classificação e na manutenção dos 35 pontos. Embora o tropeço do Vitória diante do Corinthians em Salvador tenha preservado a margem de quatro pontos para a zona de rebaixamento, o resultado acende um alerta significativo, transformando a luta pela permanência em uma batalha cada vez mais acirrada.

O Golpe Relâmpago e a Desarticulação Defensiva

A partida sequer havia se consolidado quando o Atlético-MG balançou as redes, em um lance que se tornou o mais rápido desta edição do Brasileirão. Com apenas 22 segundos de jogo, Alan Franco, após uma bela finalização, aproveitou uma falha generalizada na organização defensiva do Vovô. A jogada, meticulosamente construída pelo Galo, teve início em um lançamento preciso de Scarpa para Dudu, que prontamente serviu o autor do gol. Este tento precoce forçou o Ceará a abandonar sua postura habitual de reatividade e transições rápidas, exigindo uma abordagem mais ofensiva desde os primeiros instantes.

Nesse embate de estratégias, com o Alvinegro Cearense impelido a ser proativo e o Atlético-MG assumindo uma postura mais cautelosa, as deficiências criativas do Ceará vieram à tona. Os problemas já observados em jogos anteriores, quando a equipe precisou ditar o ritmo, se repetiram: pontas isolados sem apoio para progredir as jogadas, pouca articulação entre os atletas no último terço do campo, um Pedro Raul solitário entre os defensores adversários e uma profusão de cruzamentos com baixa efetividade. Por quase meia hora, o time sequer conseguiu ameaçar a meta atleticana com um arremate preciso.

Chances Cruciais Desperdiçadas: O Preço da Ineficiência Ofensiva

O panorama da primeira etapa começou a mudar apenas entre os 28 e 40 minutos, período em que o Ceará conseguiu construir duas oportunidades claras para igualar o marcador. A primeira, um lance de grande potencial, surgiu quando Pedro Raul recebeu um passe primoroso de Vina, encontrando-se frente a frente com o goleiro Éverson. No entanto, o centroavante finalizou de forma imprecisa, diretamente nas mãos do camisa 1, perdendo uma chance que poderia ter alterado drasticamente o rumo do jogo.

A segunda oportunidade de perigo veio em uma investida rápida pelo lado esquerdo. Matheus Bahia avançou até a linha de fundo e recuou a bola para Vina, que se encontrava próximo à marca do pênalti. De frente para o gol, o camisa 29 optou por um chute de primeira, sem dominar, mas a finalização acabou indo por cima da meta. Após esses momentos de efervescência, o ritmo da partida voltou a diminuir, com o Galo também distante de uma atuação brilhante nos primeiros 45 minutos.

A Insistência nos Erros e o Desfecho Adverso no Segundo Tempo

Na etapa complementar, o Ceará manteve sua busca pelo empate, operando dentro de um modelo organizado que evitava exposição defensiva excessiva. Contudo, as dificuldades na construção de jogadas persistiram, somadas a tomadas de decisão equivocadas no último terço do campo. A falta de capricho nas conclusões, tanto em passes quanto em finalizações, foi um entrave constante. Apesar disso, o técnico Condé optou por não realizar substituições até os 27 minutos, mantendo a formação inicial.

Com um roteiro que se assemelhava ao do primeiro tempo, o Alvinegro Cearense voltou a apresentar um maior volume ofensivo a partir dos 30 minutos. Pedro Raul , mais uma vez, teve uma chance considerável para balançar as redes, mas novamente desperdiçou. Logo após essa jogada, Condé promoveu a entrada de Lucca, marcando sua estreia, no lugar do centroavante. Aos 37 minutos, Vina também poderia ter selado o empate; em um cruzamento preciso, o meia, livre na marca do pênalti, finalizou com pouca força e no centro do gol, facilitando a defesa de Éverson.

Ao final do confronto, o Vovô registrou um maior volume de jogo e mais finalizações que o Atlético-MG, mas a estatística não se traduziu em pontos. O que realmente importava era somar, e a equipe não conseguiu. Se ao longo de grande parte do campeonato a situação na tabela parecia mais estável, agora, na reta final, o Alvinegro demonstra indícios claros de que a batalha contra o rebaixamento se estabelece com toda a sua intensidade, confirmando o discurso interno do clube. Essa luta, pelo que se desenha, será árdua e exigirá o máximo de todos.