Palmeiras em Xeque: Eliminação e Protestos Precedem Confronto com Ceará

O Palmeiras se prepara para receber o Ceará no próximo domingo, dia 10 de julho, em um confronto válido pela 19ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. A partida ocorre em um dos períodos mais desafiadores da gestão de Abel Ferreira à frente do clube paulista, um cenário que certamente será observado com atenção pelos cearenses.

Na noite da última quarta-feira, dia 6, o Alviverde foi surpreendido e eliminado da Copa do Brasil, após ser superado pelo Corinthians em pleno Allianz Parque. Este revés representa um marco negativo, sendo a primeira vez que o Palmeiras é afastado de uma competição nacional ou internacional por seu arquirrival.

O Peso da Eliminação e o Histórico Recente

Após um período de conquistas expressivas sob a tutela de Abel, incluindo títulos de Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores, o Palmeiras tem visto uma redução no fluxo de troféus. Desde 2024, a única taça erguida foi a do Campeonato Paulista no ano anterior. Nesta temporada, a equipe segue na disputa do Brasileirão e da Copa Libertadores, mas a recente eliminação adiciona uma camada de pressão.

O retrospecto frente ao Corinthians em 2025 é particularmente desfavorável. Em seis embates disputados, o rival obteve três vitórias e dois empates, culminando ainda na conquista do Paulistão em um dos dérbis. Essa sequência negativa intensifica o descontentamento no ambiente palmeirense.

No Campeonato Brasileiro, o Alviverde registrou um empate por 2 a 2 com o Vitória na rodada anterior, após iniciar a partida em desvantagem. Atualmente, a equipe ocupa a terceira posição na tabela, somando 33 pontos, quatro a menos que os líderes Cruzeiro e Flamengo.

Questionamentos Táticos e Investimento Sem Retorno

Adicionalmente ao desempenho em campo, observa-se um questionável declínio tático nas formações de Abel Ferreira nos últimos dois anos, quando comparadas às suas temporadas iniciais no clube. Tal percepção tem sido alvo de severas críticas por parte dos torcedores alviverdes.

Nesta temporada, a diretoria do Palmeiras investiu uma cifra considerável, aproximadamente R$ 530 milhões em novas contratações. Contudo, até o momento, nenhum desses reforços produziu o impacto esperado. Outro dado que gera questionamentos é a ausência de uma sequência na equipe titular. Em 47 partidas disputadas pelo Verdão neste ano, o técnico português não repetiu a escalação em nenhuma ocasião, um fato que pode indicar instabilidade ou busca incessante por uma formação ideal.

A Voz da Torcida: Protestos e Descontentamento

O descontentamento da torcida palmeirense tornou-se evidente e audível antes mesmo do apito final do dérbi. Manifestações e vaias foram direcionadas aos atletas, à diretoria e, notavelmente, ao técnico Abel Ferreira, enquanto a bola ainda rolava no Allianz Parque. Os gritos proferidos nas arquibancadas refletem a frustração acumulada:

?Ô Leila, sua imbecil, pega esse time e vai pra p*** que pariu?

?Barros, c***, fora do Verdão?

?Não é mole não, só tem nutella no comando do Verdão?

?Ei, Abel, vai tomar no c*?

?Abel, vai se f***, o meu Palmeiras não precisa de você?

?Vergonha, time se vergonha?

Após a saída do estádio, os protestos persistiram. Faixas com mensagens irônicas e cobranças diretas foram estendidas por torcedores, visando o treinador e a cúpula diretiva. Próximo à entrada do clube social, em frente ao Allianz Parque, três faixas foram visíveis em estabelecimentos, exibindo os dizeres: ?Cabeça vazia, fralda cheia. Time c****?, uma clara alusão e ironia ao conhecido lema do português ?Cabeça fria, coração quente?.

Este cenário de alta pressão e questionamentos profundos é o que o Ceará encontrará no próximo domingo. O Vovô terá a oportunidade de enfrentar um gigante sob um momento de intensa turbulência interna, um fator que pode ser decisivo para o desenrolar da partida pelo Campeonato Brasileiro.