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Pedro Henrique Desvenda Ceará: União, Sonhos e Decisões Cruciais no Vovô

Por Redação FutCeará em 13/10/2025 17:44

Em um panorama aprofundado sobre sua jornada e o momento atual no Ceará, o atacante Pedro Henrique, um dos pilares ofensivos do clube em 2025, concedeu uma entrevista exclusiva ao Esportes O POVO. O encontro, realizado no CT de Porangabuçu na última sexta-feira, 10, revelou as nuances por trás dos gols decisivos do camisa 7, a gestão de uma proposta externa e sua percepção sobre a capital cearense e a coesão do elenco alvinegro. Uma análise que transcende o campo e mergulha na mentalidade de um atleta experiente.

Aos 25 anos, Pedro Henrique aponta que o time, sob a batuta de Léo Condé, tem exibido uma curva ascendente de desempenho, impulsionada em grande parte pela chegada de novos talentos na recente janela de transferências. Contudo, o jogador enfatiza que a química do vestiário representa um fator igualmente crucial para o sucesso em campo.

A Lente Crítica do Atleta: Equilíbrio na Era Digital

A realidade do futebol contemporâneo, amplificada pelo universo digital, impõe uma dinâmica de feedback quase instantânea. Pedro Henrique reflete sobre essa dualidade, onde a performance em campo é imediatamente dissecada e avaliada por um público vasto e, por vezes, volátil.

O atacante observa que, em momentos de baixa performance, a tendência é a de se afastar desse turbilhão de opiniões. "O mundo digital deixa tudo muito instantâneo. Acaba o jogo, tu pode pegar teu telefone e já entender qual o termômetro que está vivendo. Quando tu não está legal, não está jogando bem, evita. Tudo é muito passional hoje em dia, não só o torcedor, como toda a mídia no geral. Te jogam muito pro alto, desnecessariamente, e quando tu está mal te jogam muito lá embaixo", pondera. Ele confessa ter presenciado uma enxurrada de comentários depreciativos durante seu período sem balançar as redes, antecipando que os mesmos críticos se transformariam em elogios desmedidos com o retorno dos gols. A chave, segundo ele, reside na manutenção de um equilíbrio inabalável diante da efemeridade da aprovação e da desaprovação pública.

Das Raízes Gaúchas ao Palco Global: A Trajetória de um Sonhador

A paixão pelo futebol para Pedro Henrique tem suas origens em Santa Cruz do Sul, no interior do Rio Grande do Sul, sob a tutela dos avós e tios. A escuta dos jogos pelo rádio ao lado do avô falecido solidificou uma vocação que nunca admitiu um "plano B".

"No começo não passa de um sonho, de uma brincadeira. Fui criado pelos meus avós e pelos meus tios no interior do Rio Grande do Sul, uma cidade chamada Santa Cruz do Sul. Sempre fui de escutar os jogos pela rádio com meu falecido vô. O futebol sempre foi a minha primeira opção, a primeira e única. Fui muito dedicado a tudo desde o começo, como um sonho, e depois virou a minha vida. Eu saí de casa com 16 anos e nunca mais voltei, então pude conhecer lugares fantásticos em todas as partes desse mundo. O futebol para mim sempre foi tudo e continua sendo. Fez eu conhecer minha esposa, porque fui jogar em outra cidade. Então, vivo muito intensamente. Apesar de ser experiente pela minha idade, me sinto muito jovem de alma. Amo o que eu faço", compartilha o atleta.

A convicção em sua capacidade foi a bússola que guiou Pedro Henrique , mesmo diante das incertezas da transição dos juniores do Grêmio para o Caxias. "Nunca tive um plano B. Eu tinha muita confiança em mim mesmo, apesar de todas as dificuldades. Na minha saída dos juniores do Grêmio e a minha ida ao Caxias, eu já estava no meu último ano de juniores, cheio de perguntas e dúvidas na cabeça, será que vai dar certo? Sempre tive muita fé, dedicação e convicção de que daria. A gente sabe que exige sorte, exige talento, dedicação", afirma, reconhecendo o futebol como "o concurso público mais concorrido do Brasil" devido à vasta quantidade de talentos.

A década vivida no exterior, com passagens por diversas culturas, foi um período de intenso aprendizado. Superando desafios como o frio rigoroso, Pedro Henrique dedicou-se a aprender novas línguas e a compreender as nuances culturais e religiosas dos países onde atuou. "Tirando a dificuldade do frio, que não tem como fugir, as outras são da dedicação: tentar aprender línguas, aprender um pouco da cultura dos lugares, respeitar as religiões de outros países também. Quando eu comecei a frequentar, por exemplo, a Turquia, país muçulmano, tem que ter um pouquinho de respeito e também se interessar, não é que tu precisa viver a vida que eles vivem lá, mas demonstrar interesse já é uma questão que eles valorizam muito", explica. Essa vivência internacional foi absorvida como uma "esponja", preparando-o para o retorno ao Brasil, onde almejava atuar em alto nível, realizando o sonho de vestir a camisa do Internacional, passar pelo Corinthians e, agora, brilhar no Ceará.

O Retorno ao Brasil: Entre Clubes Gigantes e a Escolha Pelo Ceará

Sua passagem pelo Corinthians é descrita como um ano de intensa agitação, equiparado a "três anos em um". "O Corinthians é um foguete quando sobe e quando está em momento de queda. Eu vivi os dois momentos e vi o quanto a torcida era apaixonada, o quanto foi importante para a minha carreira passar no Corinthians", recorda. Apesar de ter a possibilidade de estender seu vínculo, o convite para o projeto do Ceará mostrou-se mais alinhado com suas aspirações naquele momento da carreira, onde a proatividade nas decisões é fundamental.

A boa adaptação à capital cearense foi um ponto chave para a aceitação da proposta do Ceará. Pedro Henrique revela que as referências positivas sobre o clube e a cidade foram unânimes. "Todos que passaram aqui, inclusive o Lisca, sempre deram boas referências do clube. De cidade nem se fala, até amigos e jogadores que atuam no rival também falavam sobre a cidade. Porém, o Ceará, com a ligação do Lucas Drubscky para meu agente e depois a nossa conversa, era o que eu precisava escutar naquele momento. Tinha outras situações de times grandes no Brasil, porém a maneira que foi tratada essa minha vinda pra cá era o que eu precisava", destaca o atleta, que antes de desembarcar em solo cearense, acumulou uma década de experiência no futebol estrangeiro, além de passagens por Internacional e Corinthians.

Os Pilares do Vovô: Reforços, União e o Desafio da Final

A análise de Pedro Henrique sobre o desempenho do Ceará é categórica quanto ao impacto dos novos contratados e a importância da coesão interna. "Os reforços, sem dúvida nenhuma, foram bem vindos e na hora certa, porque causa uma competitividade interna maior e quem sai ganhando isso é o clube. Em diversas situações, alguém entrou e pôde decidir", comenta, ressaltando o valor de cada contribuição individual. Além disso, ele enfatiza a recuperação de atletas que enfrentavam lesões ou falta de confiança, um reflexo direto do ambiente no vestiário. "A gente é muito parceiro no vestiário e não é só na forma de falar, a gente realmente é. Já participei de vestiários onde não tinha essa união que tem aqui. Isso faz uma grande diferença", sublinha, evidenciando a força do grupo.

Um momento de grande adversidade foi a lesão que o afastou da final do Campeonato Cearense. "Um momento muito difícil, porque eu vivia um momento bom, a final do campeonato é a cereja do bolo, né? Foi bem cruel ficar fora, só eu sei o quanto foi difícil, mas todo momento ruim te transforma pra estar mais forte que o outro momento", desabafa. Apesar da frustração, o atacante celebrou a vitória junto aos companheiros, sentindo-se parte da conquista. "Os meninos tiveram um papel importante, o grupo respondeu bem, quem jogou foi bem, lembro da chegada do Pedro Raul naquele momento. Foi difícil, mas fiquei muito feliz, me senti campeão com os meninos", conclui, demonstrando seu espírito de equipe.

Decisões de Carreira e o Horizonte do Futebol Brasileiro

A possibilidade de deixar o Ceará na última janela de transferências, com uma proposta do Athletico Paranaense, foi um episódio que exigiu reflexão profunda. Em um período de menor produtividade em gols, a oferta impactou sua organização pessoal. "A falta de gols tira um pouco da confiança e chegou a proposta nesse exato momento, mexe um pouco com a tua organização de vida. Conversei muito com a minha família, com meus agentes, com o clube, obviamente. Foi importante a gente ter feito aquilo ali porque o pós de tudo isso faz com que eu retomasse 100% o foco aqui. Pode ter atrapalhado um pouco? Pode. Mesmo sendo um jogador experiente, mexe com a gente. Pela minha idade, pelo momento que eu vivo, tenho que ter muita assertividade nas decisões, mas a gente tomou a decisão certa naquele momento", avalia Pedro Henrique , reforçando a importância de escolhas estratégicas na carreira.

O futebol brasileiro, segundo o atacante, tem demonstrado uma notável evolução em diversos aspectos. "O futebol brasileiro, comparado a si mesmo, evoluiu em muitos sentidos. Olha os públicos, o investimento que tem, as equipes brasileiras agora compram jogadores da Premier League. Isso não acontecia antes. E não são só investimentos por dinheiro, é por organização. A gente tem os debates da arbitragem, do gramado sintético, mas são coisas que precisam ser ajustadas", analisa, apontando para um cenário de progresso, mas também de desafios a serem superados.

Em consonância com o debate atual, Pedro Henrique ecoa a necessidade de profissionalização da arbitragem, citando a fala de Marlon, do Grêmio. "Acho que a fala do Marlon (Grêmio) tem que ser concentrada principalmente no que ele disse da profissionalização, de ter um carinho especial, de remunerar bem, fazer com que eles também possam ser cobrados porque também estão sendo valorizados", finaliza, destacando a importância de um tratamento digno e de maior responsabilidade para os profissionais do apito.

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Thiago

Thiago

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Comentado em 13/10/2025 22:01 A união no vestiário faz toda diferença, esse grupo tá com pegada forte pra brigar em cima!
Bruno

Bruno

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Comentado em 13/10/2025 19:51 Pedro Henrique é brabo demais, tá ajudando mt!
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