Ceará Sob Investigação: Presidente Responde a Alegações de Fraude Fiscal

Investigação Policial e a Defesa do Ceará

O cenário do futebol cearense foi abalado por uma investigação da Polícia Civil que envolve o Ceará Sporting Club e seu presidente, João Paulo Silva. A apuração, divulgada pela Folha de São Paulo, alega que o clube teria utilizado um contrato com uma casa de apostas esportivas para emitir mais de R$ 45 milhões em notas fiscais consideradas irregulares. Diante das acusações, o presidente do clube se manifestou de forma incisiva, negando as alegações e detalhando as operações financeiras.

João Paulo Silva, em sua defesa, enfatizou que o clube está colaborando com as investigações e que seu departamento jurídico já está trabalhando para comprovar que as acusações são infundadas. O presidente classificou o caso como uma "perseguição política" e ressaltou que buscará identificar a origem dos vazamentos de informações que levaram à investigação. Segundo ele, esses vazamentos teriam o objetivo de prejudicar sua imagem e a do clube.

Em uma declaração contundente, o presidente afirmou: "Não existe nada de irregular! Já visitei pessoalmente todas as autoridades, e deixei todos os meus contatos à disposição para quaisquer esclarecimentos. Sempre estarei à disposição da justiça. Sou uma pessoa séria e honesta". Transparecendo confiança na regularidade das ações do clube.

Detalhes da Operação Financeira e Emissão de Notas Fiscais

Uma das principais justificativas apresentadas por João Paulo Silva para a emissão das notas fiscais foi a exigência de um fundo (FIDC). De acordo com o presidente, o fundo não aceitava apenas o contrato assinado para a antecipação de recebíveis, sendo necessário apresentar as notas fiscais correspondentes ao valor do contrato. Essa prática, segundo ele, foi adotada para viabilizar as operações financeiras do clube.

O presidente também explicou que, devido à imunidade tributária do clube, a emissão das notas fiscais não era necessária do ponto de vista fiscal. "Nem mesmo o patrocinador solicita notas fiscais, além do que o clube goza de imunidade tributária", declarou. Diante dessa desnecessidade, o clube optou por cancelar as notas fiscais, o que, segundo o presidente, pode não ter sido o procedimento mais adequado, mas não resultou em prejuízo ou ganho para nenhuma das partes.

João Paulo Silva também ressaltou que todas as operações financeiras foram realizadas com responsabilidade e segurança, contando com seu aval pessoal como garantia. Ele fez questão de mencionar que a prática de antecipação de recebíveis é comum no mercado do futebol brasileiro, sendo uma forma de obter recursos para o clube ao longo da temporada.

A Posição do Clube e o Compromisso com a Transparência

O Ceará, por meio de seu presidente, reafirmou que as notas fiscais não foram "frias" como alega a reportagem, mas sim representavam os valores a receber referentes ao contrato com o patrocinador. A nota oficial divulgada pelo clube enfatiza que o vazamento de informações teria sido planejado para o período das eleições do clube, com o objetivo de influenciar o resultado.

A direção do clube também fez questão de destacar que o assunto foi amplamente discutido em reunião do Conselho Deliberativo, que aprovou os atos da gestão e a prestação de contas de 2023. Isso demonstra, segundo o presidente, que as operações financeiras foram conduzidas de forma transparente e dentro da legalidade.

Em sua manifestação final, João Paulo Silva reiterou seu compromisso com o Ceará e assegurou que fará tudo o que estiver ao seu alcance para manter o clube em alto nível na Série A. "Reitero meu compromisso incessante de fazer tudo que estiver ao meu alcance para manter o Ceará Sporting Club disputando em alto nível na Série A", concluiu o presidente.

O caso segue em investigação, com o clube buscando provar a legalidade de suas ações e identificar os responsáveis pelo vazamento de informações.